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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Poder, negociação e venda

6 de junho de 2011
Professor José Antunes faz uma longa reflexão sobre a atuaçao dos professores, a greve e a situação da educação catarinense. Leia:
“Há 20 dias em greve, muito esforço empreendido, muita união – a maior já demonstrada pela classe dos Professores no Estado de SC. Debates, passeatas, Missas, velas, protestos, queimas de Diplomas, Assembléias. Tanto esforço. Entende-se, pela maioria pensante, que esta é a hora, não tem deixar para depois. Para começo de conversa, já está atrasado há dois anos o cumprimento da Lei do Piso.
Ouvir dos nossos superiores e representantes que já é um avanço – uns ganharem R$ 100,00 de aumento, outros um pouco mais é um deboche sem tamanho jamais visto quando se trata de não atender à real aplicação de uma lei que prevê remuneração substancialmente maior e melhor!
O uso do poder, conforme atestam inúmeros pensadores se dá na relação, relação aqui entre aqueles que realmente se relacionam – os representantes.
Fico imaginando qual seria a próxima artimanha para nos desmotivar em ir adiante com a greve. Vejamos as já aplicadas: – pagar mais para os não habilitados, caso eles fossem “vendidos” e sem caráter teriam retornado para as salas de aula, teria sido um golpe forte na força da greve, mas não ocorreu, muito pelo contrário, até aumentou, pois os não habilitados de hoje, não são como pensa alguém que criou a Medida Provisória, não são trabalhadores de bico, são educadores, amanhã ou depois serão licenciados, especialistas, mestres e doutores. Estes educadores não param a formação como fazem, infelizmente, aqueles que nos representam. A segunda, uma proposta que dá um valorzinho para cada um, será que a greve vale apenas isso? Nem perto do que se deve receber pela lei aprovada duas vezes.
O que mais faltaria? Pensando, pensando, qual seria a próxima tentativa de desmotivação da greve? Onde? Quem? Como? De que forma? Qual seria o investimento para nos dividir e enfim vencer a greve?
A imaginação e acima de tudo a reflexão me levou a pensar o seguinte: e se o Sinte apresentasse a proposta de pararmos com a greve? Dar um prazo ao governo, isto é, acabar com a greve por quem sabe 60 dias, ou o resto da vida também. Afinal a greve já está se tornando longa, o poder maior disse que pode usar outras medidas para acabar com a greve. Quem sabe a união da classe dos Professores tenha se mostrado forte demais e isso não é bom para nenhuma espécie de representante, repito nenhuma.
Na condição de estudioso da filosofia, me senti obrigado, ou motivado a levantar estas questões, tendo em vista que nas relações de poder, tudo é previsível. A nossa intenção e dever é de que não nos deixemos levar por ondas, por decisões que contrariem o objetivo de nossa luta. Negociação até é aceitável, mas venda jamais, como que a venda feita aos grandes fazendeiros, a venda de grandes lotes, com cabeças. Se valendo da frase de uma música do Dazaranha: – “Poder é muito bom, mas eu não vou vender minha cabeça não”!


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