Caro Senhor Marco Tebaldi, recebi um link com seu texto em meu e-mail, e decidi que não poderia deixar de fazer um comentário, sou professora da rede Estadual e estou em greve, concordo com o senhor em pelo menos um ponto, quando diz que nos últimos dias estamos vivendo uma situação difícil, muito mais difícil para nós (diga-se de passagem), que jogamos tudo para o ar, deixamos nossas escolas e nossos alunos, para lutar pelo cumprimento de uma Lei, Lei esta conhecida desde julho de 2008, e que desculpe-me a franqueza, o senhor como pessoa pública e conhecedor de leis deveria ser o primeiro a dar o exemplo e dizer... Cumpra-se. Uma greve fora de época do magistério, SIM!!!! Pois deveríamos ter ido às ruas no momento do encaminhamento da ADIN ao supremo, e quem sabe nesse ponto o senhor concorde comigo, pois, então Paulo Bauer seria antagonista nesse palco e não o senhor. Mas não o fizemos, esperamos pacientes o julgamento do STF (pacientes, pacíficos, trabalhando), e quando esse se deu quase três anos depois da promulgação da lei, o que recebemos??? Um NÃO. A greve é fora de época! Esperamos muito tempo...
Tenho doze anos de magistério, optei por fazer pós graduação nas duas áreas em que atuo (Português e Inglês) mesmo sabendo que poderia acessar apenas uma, paguei as duas e vários cursos pois o nosso estado diferente de outros não oferece muitas opções de cursos de formação continuada, principalmente em minha área, cursos pagos com muito esforço em várias vezes, pois nosso salário mal dá para o básico... Hoje pela manhã, em minha cidade (Porto União) queimamos cópias de nossos certificados e enquanto eu via o papel virando fumaça e depois cinza pensei nos muitos momento difíceis que passei para conquistar aqueles diplomas, deixando minha filha em casa vários sábados enquanto eu ia para o curso de especialização, estudei nas férias ,finais de semana, entre outros vários sacrifícios... Mas, eu sabia que valeria a pena, pois o reconhecimento viria... mas, não veio... Por tudo isso senhor Marco Tebaldi... Essa greve está mesmo fora de hora, deveríamos tê-la deflagrado há muito tempo, pois nossa luta é por respeito, nossa luta é por justiça.
Professora Jusimara Mello de Souza
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